quarta-feira, 30 de março de 2011

A Lista Fechada, como querem os Partidos Políticos, é Ditadura...Não há reforma política sem povo. Só reforma dos interesses dos políticos.


A "REFORMA"  DOS POLÍTICOS
(Que querem se perpetuarem no poder)

 Laerte Braga


Imagino que o PT esteja lutando pelos direitos dos trabalhadores das obras do PAC, já que inventou a esquerda no Brasil e transformou Nelson Jobim em ministro da Defesa, Moreira Franco em Secretário Nacional de Assuntos Estratégicos e o cinco ministros aceitam passivamente a revista para ter o direito de ouvir em inglês (sem tradutor simultâneo) o discurso do senhor de terra e mares Barack Obama.

O uso da Base de Alcântara pelos Estados Unidos é um dos temas da agenda do ministro revistado Aluísio Mercadante.

A manchete do dia, no entanto, é se Maria, a vencedora do BBB-11 (vinte por cento menos de audiência em relação aos anteriores segundo alguns veículos da mídia) foi ou não garota de programa e o que fará com o milhão e meio ganho, o prêmio por sua vitória.

Sua primeira declaração ao sair da casa/bordel foi dizer que possivelmente, ao final das comemorações pela vitória, rolaria sexo com o segundo colocado. A plaquinha que o identifica diz lá Wesley.

Meia dúzia de três ou quatro proclamam nos bares de Ipanema e Leblon as excelências do governo Dilma, enquanto acreditam estar ali o centro do universo. Lá pelas tantas não falam e andam ao mesmo tempo, a revolução vai para o espaço. Não freqüentam ensaios de escolas de samba, pois o cheiro de suor é desagradável.

Socialistas colgates.

A tendência da comissão que discute a reforma política é optar pela lista fechada. Teríamos uma eleição para a Câmara dos Deputados no chamado sistema misto. Metade eleita pelo voto direto do eleitor em distritos e outra metade votando nos partidos e listas fechadas de ungidos para o exercício do mandato popular.

Uma espécie de garantia prévia que as múmias atuais permanecerão na Câmara mesmo sem votos e outras voltarão a tentar alçar vôo rumo a sonhos/catástrofes assim que saírem do purgatório.

Escoram-se em clubes de vetustas senhoras ou desvairadas dondocas que se reúnem numa Kombi.

E antes de qualquer reunião airfresh, aquele que evita o cheiro de suor dos sambistas.

 A reforma política é a reforma dos políticos para não mudar coisa alguma, manter intocados os privilégios e sem novos sócios o clube de amigos e inimigos cordiais que transforma PT e PSDB em inimigos de mentirinha. FHC já solicitou uma audiência a Dilma para passar as coordenadas.

Não adianta dizer que Lula apoiou publicamente decisões da presidente. Claro, um paralelepípedo saberia que o ex-presidente não vai manifestar a percepção que cada dia mais está sendo jogado para corner, ou pelo menos tentam.

Não há reforma política sem o cheiro do suor dos sambistas, mesmo que as dondocas não queiram.

Somos um ornitorrinco – definição de Chico Oliveira – (dondocas devem pensar que Chico Oliveira é algum garçom engraçado de algum bar da moda em Ipanema). Imagine se vão ter idéia do que seja Darwin.

Estão atentos apenas aos próprios umbigos.

O processo histórico transcende a essa camisa de força que tentam impor ao povo brasileiro e que chamam de reforma política.

Existem postes (postes de luz, não falo de Dilma) na minha cidade com marcas de balas disparadas pela polícia em greves no início do século XX, 1910 mais ou menos, quando os trabalhadores não tinham a menor idéia que a redenção viria pelas mãos do PT.

Não confundir com Lula. Se juntar o partido inteiro, fizer uma grande massa, não dá um por cento do ex-presidente. Falo de força eleitoral.

Mas, enfim, subsidiados por estatais, ou colados em gabinetes com carimbos, telefone, clips e uma dúzia de canetas bic para não decidir nada, só pelegar, mantêm o poder longe do suor dos sambistas e com um chope tirado no colarinho certo e exato.

Não há reforma política sem povo.

Só reforma dos interesses dos políticos.

Lista fechada é ditadura.

É só perceber que para ela correm quase todos os partidos – uma ou outra exceção, assim mesmo individual, de um ou outro parlamentar –.

São movidos a verdade absoluta da grande democracia que não existe.

Vai tudo acabar num bem disfarçado acordo de livre comércio que a presidente chama de “política de resultados”.

É bom ficar de olho no governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro. É o porta-voz real do que de fato pensa Lula. Escapa dessa histeria incurável, já que não existe mais a Revista do Rádio. Pode ser que CARAS substitua, mas mesmo assim, para o rolo compressor que vem aí na tal reforma, para os interesses que cercam a tal reforma, para a alienação produzida pela grande mídia, pela vitória de Maria, CARAS acaba sendo tratado de filosofia a ser lido com cuidado enquanto se bebe um chope e come um bolinho de bacalhau.

Longe do suor dos sambistas que, certamente, preferem a “lua furando nosso zinco/salpicava de estrelas nosso chão/tu pisavas os astros distraída, sem saber que a maior ventura dessa vida/é a cabrocha, o luar e o violão”.

Na obra arquitetônica dessa nova realidade não existem “roupas comuns dependuradas”. Porque não existem bandeiras desfraldadas. Só o amém, a tropa formada e vestida de branco.

Pronta a marchar sem ter a menor idéia que estamos diante de um abismo que vira tsunami no curso do processo, pois o sambista com cheiro de suor, à frente, vai querer tocar seu violão, sem bandolim, seu cavaquinho.

Não é reforma política que estão discutindo, é reforma dos políticos.

E enquanto rola tudo isso não se fala mais nos trabalhadores das empresas que tocam as obras do PAC. Ou por outra, fala-se da polícia a caminho.

É a política de resultados.  

Meio dia e meia, hora dos “revolucionários” acordarem, banho frio para a ressaca, um ou dois comprimidos de “engov” e pernas para que te quero, até a hora do chope e de salvar a Líbia.

Ah! Antes ler a ordem do dia do chefe. 


* Laerte Braga é jornalista em Juiz de Fora-MG

Convite para o seminário "A lei da Ficha Limpa e as Eleições Municipais de 2012", dia 1º de abril de 2011, Comitê Estadual MCCE de São Paulo

http://mccesaopaulo.blogspot.com
www.mcce.org.br

...........................................................................................................
MCCE
Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral Estadual São Paulo



Seminário: A lei da Ficha Limpa e as Eleições Municipais de 2012

Data – 1º abril de 2.011
Hora – 8h30 às 13 horas
Local – Auditório Queiroz Filho, Ministério Público Estadual, Rua Brigadeiro Luiz Antonio, 35, Centro/SP

Programa
8h30 às 9h 00 Credenciamento

9h00às 9h30  - Abertura dos trabalhos:
Dr. Vidal Serrano - Ministério Público do Estado de São Paulo
Carmen Cecília de Souza Amaral –  MCCE Estadual São Paulo

9h30 às 10h20 – Mesa I – Ficha Limpa: Novo Paradigma Jurídico Eleitoral
Autoridade Convidada: Desembargador Alceu Penteado Navarro – Vice Presidente e Corregedor Regional Eleitoral
Expositor: Dr. Márlon Jacinto Reis - Presidente da Abramppe

10h20 às 11h10 - Mesa II – Mobilização Cidadã pela Lisura das Eleições
Autoridade Convidada: Dr. Pedro Barbosa - Procurador Regional Eleitoral
Expositor: Dr. Helio Bicudo – Jurista e Professor
11h10 às 11h30 – Intervalo
11h30 às 12h30 - Mesa III – Considerações sobre a aplicação da Lei Complementar 135/10 nas Eleições de 2010
Autoridades Convidadas:
Dom Milton Kenan Júnior – Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo
Sr. Francisco Whitaker – Membro Fundador do MCCE
Expositor: Dr. Jeferson Moreira de Carvalho - Juiz de Direito do TRE

12h30 às 13h00 – Mesa de Encerramento
Patrono: Dr. Fernando Grella Vieira – Procurador Geral de Justiça do Estado de São Paulo
Dr. Mario Luiz Sarrubbo - Diretor do CEAF/ESMP
Prof. Luiz Antonio de Souza Amaral - MCCE Estadual São Paulo
Realização: Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral Estadual São Paulo, Ministério Público do Estado de São Paulo, Escola Superior do Ministério Público do Estado de São Paulo, Procuradoria Regional  Federal do Estado de São Paulo, Tribunal Regional Eleitoral do Estado de São Paulo.

Apoio:


Uma atividade integrada ao Fórum Social São Paulo
Informações:
caciamaral@uol.com.br , luanchieschi@uol.com.br , marlonlelis@yahoo.com.br
Público Alvo: Cidadãos e cidadãs interessados (as) em uma política ética.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Na Câmara de Guarulhos os vereadores envolvidos no escândalo da compra de selos podem responder por formação de quadrilha, peculato, falsidade ideológica

Gaeco apreende documentos e microcomputadores
 

Promotor Marcelo Alexandre de Oliveira - "Só há dois meses a Polícia Federal devolveu o processo ao Fórum" (Foto: Amanda Pinson/GN)
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do MPE (Ministério Público do Estado) e a Polícia Civil apreenderam na manhã desta sexta-feira (16) documentos e microcomputadores de 12 vereadores de Guarulhos e seis ex-parlamentares. Entre eles estão Alan Neto, atual presidente da Casa, Wagner Freitas (PR) e Paulo Roberto Cecchinato (PP), membros da Mesa Diretora, e Ulisses Correia (PT), presidente da Câmara à época.  (veja abaixo a lista completa dos investigados).

A Contabilidade, o Arquivo, e o departamento Financeiro da Câmara, além dos gabinetes e das residências foram os alvos dos promotores e policiais.
O inquérito foi instaurado na Promotoria de Justiça e Cidadania do MP em 2005. Os vereadores são acusados de desvio de verba de gabinete (R$ 5 mil mensais) com utilização de notas frias.
O promotor Marcelo Alexandre de Oliveira afirma que outro inquérito foi aberto na mesma época na Polícia Federal em razão da suspeita de envolvimento de funcionário dos Correios, o que não teria se confirmado. Segundo o promotor, o empresário Henri Diskin, proprietário da Henri Diskin Papelaria Ltda, citada no processo como uma das responsáveis pela emissão de notas frias aos vereadores, afirmou em depoimento no MP que clonou o sistema do banco de dados utilizado por uma agência franqueada dos Correios em Cidade Tiradentes, na capital paulista, para emitir recibos de venda de selos aos parlamentares. Essa postagem também era paga com verba de gabinete.
“Só há mais ou menos dois meses, a Policia Federal devolveu o processo para o Fórum e a Justiça Estadual distribuiu para o Gaeco”, explica o promotor.
Outras duas papelarias aparecem no processo como fornecedoras de notas falsas – "HD Papelaria & Produtos de Informática" e "Naan Mercantil Importadora e Exportadora". Segundo o promotor, esta última vende autopeças e não trabalha no ramo de papelaria.
O inquérito do MP aponta que entre 2005 e 2006 os vereadores apresentaram notas frias de compra de selos no valor total de R$ 389 mil. Já as notas falsas fornecidas pela papelaria de Diskin somam R$ 195 mil. Os emitentes das notas ficavam com 10% do valor declarado.
Procedimento

Os documentos apreendidos nos setores de Contabilidade, Financeiro e Arquivo da Câmara, e nas residências dos vereadores, serão analisados pelos promotores e, se verificada a evidência de fraude, o Ministério Público apresenta acusação na Justiça. Os documentos ainda não foram quantificados, mas o promotor afirma que muitos originais, necessários como prova no inquérito, foram localizados.
Os vereadores poderão responder por formação de quadrilha, peculato, falsidade ideológica e falsificação de documentos.
Nota Oficial
Em nota, o presidente da Câmara, vereador Alan Neto, diz que acredita que o inquérito aberto pelo Ministério Público possibilitará o esclarecimento de qualquer dúvida existente sobre a conduta dos vereadores e o uso de verbas públicas durante a Legislatura de 2005. Afirma ainda que considera natural que homens públicos sejam investigados e se coloca à disposição para fornecer a documentação requisitada e as condições necessárias para a efetiva apuração. 

Confira a lista completa dos envolvidos:
 
Alan Neto (PSC)
Paulo Roberto Cecchinato (PP)
Wagner Freitas (PR)
Toninho Magalhães (PTC)
Edmilson Americano (PHS)
Eraldo Souza (PSB)
Gileno (PSL)
Marcelo Albuquerque (PRB)
Otávia Tenório (PRP)
Ricardo Rui (PPS)
Silvana Mesquita (PV)
Unaldo Santos (PSB)
Ulisses Correia (PT)
Vadinho Moreira
Dudu
Francisco Barros
Alberto Zappa

Fonte: Guarulhos Noticias Online